TERAPIA QUÂNTICA EM CASO DE CISTITE INTERSTICIAL/SÍNDROME DA BEXIGA DOLOROSA
KODANI, Vanessa
Médica dermatologista pela Faculdade de Medicina da USP e Hospital das Clínicas da FMUSP, formação em terapia quântica e outras terapias alternativas, consultório particular, São Paulo/SP.
RESUMO
A cistite Intersticial/Síndrome da Bexiga Dolorosa (IC/BPS) é uma condição crônica de inflamação da parede vesical, cujo diagnóstico se faz por exclusão, caracterizada por sintomas que afetam a qualidade de vida dos pacientes, principalmente pela falta de tratamentos eficazes dentro da visão médica alopática tradicional. Relata-se aqui um caso de IC/BPS, desencadeada entre outros fatores por alterações emocionais, onde se utilizou por apenas dez dias a terapia quântica, sem uso de antibióticos ou anti-inflamatórios da medicina convencional.
INTRODUÇÃO
A IC/BPS é uma condição crônica caracterizada por dor pélvica, sensação de peso em baixo ventre, urgência miccional, aumento da frequência urinaria, urgência miccional e persistência dos sintomas apesar do tratamento com antibióticos. É uma doença cujo diagnóstico é feito por exclusão, afastando-se a causa infecciosa entre outras e ainda sem critérios definidos.
Mais recentemente a Sociedade Internacional de Continência tem utilizado o termo Síndrome da Bexiga Dolorosa para o quadro citado, deixando a cistite intersticial para casos com cistoscopia e padrões histológicos característicos.
Mais prevalente em mulheres, a etiopatogenia ainda é pouco conhecida, incluindo vários fatores associados, como genética, qualidade de vida, mecanismos autoimunes e neurogênicos, toxicidade vesical e mecanismos psicossomáticos. Vários estudos
já demonstram a associação da IC/BPS com quadros psicológicos como depressão, ansiedade, fibromialgia e outros.
Relatamos aqui um caso de paciente do sexo feminino, 41 anos de idade, previamente hígida, que iniciou sintomas agudos de dor em baixo ventre, urgência miccional, alteração no aspecto da urina, e disúria.
MATERIAL E MÉTODOS
A paciente de 41 anos já havia apresentado outros episódios ao longo dos últimos 2 anos, sempre tratados como infecção urinária bacteriana, com antibióticos sistêmicos. Não apresentou febre e não se foi constatado corrimento ao exame ginecológico. Relatou piora da qualidade da alimentação no período que antecedeu os sintomas, uso de coletor menstrual e relação sexual, além de estar num estado mais ansioso, com psicológico alterado por problemas pessoais. Não apresentava outras comorbidades nem fazia uso de medicamentos, anticoncepcionais ou DIU.
Realizou exames laboratoriais com urina tipo I com 416 mil leucócitos e 900 mil hemácias e urocultura negativa. Demais exames gerais como hemograma, avaliação hepática, renal, glicemia de jejum dentro dos valores da normalidade. Apresentava exames ultrassonográficos de abdome e vias urinárias prévios sem alterações significativas. Iniciou terapia com Oxyflower gel oclusivo à noite em baixo ventre, Renaldetox gotas 3 vezes ao dia, Corretor Anergicum gel 3 vezes ao dia, além do aumento da ingesta hídrica, probióticos orais (Lactobacillus acidophilus NCFM, Lactobacillus paracasei Lpc-37, Bifidobacterium lactis Bl-04, Bifidobacterium lactis Bi-07 e Bifidobacterium bifi dum Bb-02), melhora do hábito alimentar, prática da meditação e yoga para a ansiedade.
Em dois dias houve melhora dos sintomas e em dez dias repetiu-se os exames de urina, que demonstraram melhora importante, com menos de 10 mil leucócitos e hemácias na urina tipo I e urocultura permanecendo negativa.
REVISÃO DE LITERATURA
Muitos estudos já estão comprovando a relação da IC/BPS com condições psicológicas, como depressão e ansiedade.
Pela medicina quântica, sabemos que as alterações no corpo físico se iniciam com desequilíbrios energéticos através de pensamentos e emoções que nada mais são que vibrações energéticas.
Essa ligação já é sabida há muito tempo pela Medicina chinesa, onde os meridianos, seus órgãos e emoções interagem entre si e um bloqueio em alguma de suas vias, interfere no organismo como um todo.
A desordem energética pode se condensar e iniciar um processo físico de inflamação local, uma reação do sistema imunológico do indivíduo na tentativa do reequilíbrio orgânico e energético.
Uma das teorias propostas para explicar essa reação imunológica é a presença de receptores de leucotrienos nas células dos músculos detrusores, aumento dos níveis urinários de leucotrieno E4 e mastócitos detrusores, sugerindo um papel importante desses mediadores pro-infl amatórios na cistite. Poderíamos dizer, portanto, que se trata de um processo alérgico da parede vesical, reforçado pelo fato de estar associado a outras desordens como síndrome do intestino irritável, alergias e asma.
Além disso, a histopatologia da cistite intersticial envolve a camada de glicosaminoglicanos do urotélio vesical, com número aumentado de mastócitos no músculo detrusor ou submucosa. Os critérios diagnósticos por enquanto incluem sintomas subjetivos como dor e desconforto, que podem ou não estar associados a alterações na cistoscopia ou anátomo patológicas como a úlcera de Hunner.
Estudos recentes apostam na ressonância magnética de alta resolução para esse diagnóstico. O tratamento, portanto, como qualquer outra doença de etiologia pouco conhecida e critérios diagnósticos vagos, também é pouco definido. Considerando que um dos critérios de exclusão para o diagnóstico da cistite é a ausência de infecção, o uso muitas vezes indiscriminado de antibióticos ao primeiro sinal de desconforto em baixo ventre ou disúria, além de não tratar o problema, poderia levar a mais desequilíbrio do corpo, através de alteração na flora bacteriana intestinal normal. No entanto, há estudos defendendo o uso crônico de antibióticos para o tratamento da cistite, mesmo com exames laboratoriais negativos para infecção.
Outros tratamentos propostos agem na inflamação local, como o uso de montelucaste, azatioprina, ciclosporina e metotrexate.
Considerando a influência psicoemocional da cistite, há propostas de tratamento com o uso de antidepressivos e psicoterapia e até estimulação magnética transcranial repetitiva de baixa frequência.
DISCUSSÃO
Nosso organismo é uma matriz integrada, funcionando como uma unidade no corpo físico que integra todos os sistemas. Alfred Pischinger já em 1966 plantava a importância da matriz extracelular para o organismo, não o considerando apenas um tecido de sustentação, mas sim tendo funções bem definidas como transporte de substâncias cruciais para o funcionamento celular.
Toda essa matriz, toxinas e afins se materializariam a partir da condensação de uma energia gerada pelos pensamentos e emoções.
Pela física quântica, cada pensamento geraria uma frequência que alteraria a frequência dos órgãos, da matriz e da água que
compõe o corpo e traria desequilíbrios energéticos no organismo como um todo, uma vez que sabemos estar tudo conectado. Esse desequilíbrio se condensaria a partir de um certo momento, manifestando-se através das doenças físicas. No entanto, pelo ponto de vista energético, o organismo já estaria enfermo antes, quando seus pensamentos e emoções não mais harmonizassem com as frequências esperadas de saúde.
Há estudos interessantes que demonstram essa conexão, através de alterações sensitivas de hiperalgesia em dermátomos pélvicos em pacientes com diagnóstico de IC/BPS,14 mostrando que não só a bexiga estaria alterada, mas todo o seu entorno, incluindo a pele.
Assim, partindo do princípio de que a doença foi causada pelos pensamentos e sentimentos do indivíduo, ele mesmo teria o poder de curar-se. As diversas propostas de tratamento citadas na literatura na realidade não curariam o organismo, simplesmente aliviariam os sintomas naquele momento ou poderiam funcionar como uma ajuda enquanto o indivíduo trabalharia a questão psicoemocional.
No presente caso, o equilíbrio foi rápido, constatado pela normalização dos exames laboratoriais, com a utilização dos produtos florais quânticos, que nada mais são que carreadores de energia capazes de estimular o equilíbrio energético e em consequência o processo de autocura intrínseca, levando o organismo a acessar informações no campo inconsciente e o restabelecimento da frequência normal da bexiga.
Equilíbrio do oxigênio celular e, em consequência, reduzir a atividade de S. aureus e S. mutans, comumente encontradas na cavidade bucal.
CONCLUSÃO
Há cada vez mais evidências cientificas da relação das emoções e pensamentos com a IC/BPS. É mais uma das doenças tidas como idiopáticas, mas que pode ser muito bem explicada pelo desequilíbrio energético do organismo cujo início se dá pelo padrão de pensamentos e emoções em dado momento.
A terapia quântica é promissora nesses casos, pois trabalha num nível mais próximo ao psicológico, direcionando e ressonando nos acordes de frequências mais harmônicas ao organismo. Assim, cabe a cada um saber o que fazer para que seu corpo esteja sempre vibrando da melhor maneira possível, a fim de manter a saúde à frente das doenças.
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